quinta-feira, 24 de novembro de 2011

BORN RUFFIANS - Nova Leigh (ou: muitas ideias de edição em um só videoclipe)


O começo tenta ser suave, tons neutros, quase sépia. Não usam cortes secos; ao invés disso, "esfumaçam" os cortes com fusões por cores, integradas aos planos, que mostram os detalhes dos instrumentos e escapam para os fundos.

Quando a música começa a "pegar", bateria entrando mais forte, cortes rápidos começam a aparecer e aí sim um corte seco transporta o espectador para outro plano, outra fotografia, outra ideia: enquanto um adolescente corre pelas ruas, takes da cidade entram em edição bem rápida -acompanhando a batida da bateria- e planos compostos (simulando mosaicos) da banda se misturam a tudo isso.

Do meio pro final vemos o elemento fantástico criado para o videoclipe: o que seria o rosto do adolescente é na verdade um mosaico de olhos, boca e nariz, composto estranhamente e bem integrado à imagem. A banda fala que para isso usou como referência o trabalho do artista Jeremy Olson, mais precisamente sua série de quadros. Lembra para mim (e lembrará claramente para qualquer apreciador de videoclipes) alguns trabalhos do inglês Chris Cunningham, neste caso muito menos perturbador.

O final do videoclipe é uma mistura de todas essas linguagens, acelerando o ritmo da edição até o plano final, onde acontece o que poderia ser encarado como o desfecho da história (e a composição e o efeito 3D estão aqui, mesmo que de forma mais simples, bem empregados).

Isso é o que se vê no videoclipe para a música Nova Leigh, destaque do segundo álbum da banda canadense Born Ruffians.



O videoclipe pode ser considerado um trailer para o trabalho musical da banda e as demais ideias artísticas que eles usam. Não só o tratamento empregado aqui em vídeo dialoga com a capa do disco (há ali o mesmo mosaico com partes do rosto), como a música também apresenta muitas nuances existente nas demais faixas (vai do calmo ao mais ritmado, mudando também de estilo). 

A música no fim é a responsável por dar a unidade a todas essas ideias visuais e o resultado é positivo. O videoclipe pode ser também encarado como um manual de muitas ideias diferentes de edição e, só por isso, já merece o nosso respeito. Ponto para eles.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O meu melhor show do SWU!!! (ou: fazendo mágica com vídeos)

Ok, fui só no domingo. Então Sonic Youth, Primus, Megadeth e Faith no More estão fora da disputa. E o melhor show do dia que eu vi acabou ganhando no WO, já que o Modest Mouse não apareceu por problemas logísticos (segundo a organização). Não falo da louca da Courtney Love, que entre um discurso, um desfile de moda e uma discussão de relacionamento (sem qualquer um dos respectivos) tocou uma música ou outra (tocou?); ou do Duran Duran, do Peter Gabriel ou da briga com o Ultraje a Rigor. O melhor show do dia aconteceu à tarde, ainda claro, no palco menor. O nome da banda? !!! ou Chk Chk Chk (como você achar melhor).


No show em questão o vocalista Nic Offer ofereceu ao público (trocadilho bilingue aqui) um show memorável. Não bastasse ter as melhores sequências de dança já vistas, ainda pulou do palco e se juntou ao público pelo menos umas quatro vezes (o vídeo feito para o show do SXSW mostra também essas duas características dele).

O grupo nova-iorquino faz um som alegre, dançante e despretencioso e já conta com quatro discos no currículo. E o melhor: sabem também fazer videoclipes. E com geniais truques de edição. Como no clipe para "Jamie, My Intentions are Bass" que você vê a seguir.




Truques de edição bem simples e bem compostos dão a graça da coisa. No vídeo de making of (também muito bem editado) eles mostram as ideias e a equipe por trás de tudo isso (educativo, inclusive).




E como se já não bastasse, deixo vocês com Nicasso, the Wonderful, vídeo que mostra que o vocalista, além de cantar, dançar e empolgar públicos de festivais mundo afora, também ataca de mágico (fazendo interessantes truques -aqui, de edição).

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Batalha de bandas

Vídeo bacana, animado de forma bem simples, que mostra uma batalha entre muitas capas de disco (a maioria dos anos 80/90). Não só a ideia é interessante e bem executada como vale para lembrar dessa saudosa época em que as capas de disco eram realmente importantes. Dali vinham, em muitos casos, todo o conceito visual das bandas, que demoravam muito para chegar em países como o nosso (se chegavam) e nem sempre tinham videoclipes de suas músicas (ou não tinham um canal muito apropriado para mostrar eles). Como é o caso dos Dead Kennedys, por exemplo, que através do famoso símbolo (que aparece no vídeo), ilustrou infinitos cadernos no meu colegial, tornando aulas de biologia muito mais prazerosas (ou menos tediantes).

Aí vai: (e vc, acha que faltou algum disco?)