segunda-feira, 23 de maio de 2011

Cannes, A Árvore da Vida, montadores e Daniel Rezende


O vencedor da Palma de Ouro em Cannes esse ano foi A Árvore da Vida, último filme de Terrence Malick. O filme americano conta com as participações de Brad Pitt e Sean Penn e é descrito como um drama com elementos surreais e influência da ficção científica (o que pelo visto poderia ser também dito do Melancolia do Lars Von Trier, filme que mais chamou atenção nesta edição do Festival - graças a polêmicas declarações do diretor - e rendeu prêmio de melhor atriz a Kirsten "Mary Jane" Dunst). Confira o trailer do filme abaixo (o de Melancolia você já viu aqui).



O que me chamou atenção em relação ao filme vencedor (e é especialmente importante para este blog) são os nomes que assinam a montagem do filme. São cinco pessoas no total (não consegui descobrir qual o papel de cada um deles): um tal Mark Yoshikawa; Billy Weber, montador de clássicos dos anos 80 como Top Gun e Um Tira da Pesada, e do Além da Linha Vermelha, também do Malick; Hank Corwin, montador do excelente (e obrigatório no tema) Assassinos por Natureza - é curiosamente o primeiro filme que ele montou; Jay Rabinowitz, montador de filmes importantes de dois dos maiores diretores atuais: Jim Jarmusch e Aronofsky - ele montou o mais obrigatório ainda no tema Réquiem para um Sonho; e por último (e mais importante) Daniel Rezende, o mais importante montador brasileiro do momento, que já foi indicado por Cidade de Deus ao Oscar e montou os Tropas de Elite, Diários de Motocicleta e uns tantos outros.

Uma das melhores seleções de montadores de todos os tempos e mais um destaque para Daniel Rezende, nome importante de nossa cinematografia. Rezende também já fez sua incursão à direção com o curta Blackout, que ele mesmo disponibilizou no Vimeo. Curta interessante que conta com a participação de Wagner "Capitão Nascimento" Moura e do diretor de fotografia César Charlone (que também atua). Confiram o curta abaixo na íntegra.



[spoiler] Como todo bom curta de montador estão aí as telas em preto, os planos-sequência e alguns elementos gráficos (os ponteiros do relógio) para dar graça à história. Ágil, atual e bem interessante, não acham?

4 comentários:

  1. Há muito tempo um trailer não me instigava tanto assim. Que planos belíssimos.

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  2. Me instigou bastante também. Parece que as pessoas que viram ele em Cannes acharam lento de mais ou meio monótono. Não sairam amando muito não. Mas o trailer é de fato belíssimo e com certeza vale ver o filme. Acho que o trailer também parece bastante com o Melancolia do Lars. Os dois vão no mesmo esquema (tanto de idéia como de imagens). Dois filmes bonitos e meio malucos. Boa expectativa para os dois.

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  3. Eu li uma entrevista com o Daniel Rezende dizendo que o Malick ia alternando os editores durante o filme e até pedindo para um reeditar em cima das cenas do outro, exatamente para aparecer ideias inesperadas.

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  4. Esse deve ser o tipo de coisa que irrita profundamente os montadores envolvidos. Acaba que ninguém é pai da criança. Mas pode ter gerado um resultado interessante no final das contas.

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