terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Dexter, quadrinhos e internet


Pouquíssimas são as adaptações de HQs no cinema que conseguem fazer com que o espectador tenha uma experiência tão interessante quanto a que este tem em frente aos quadrinhos. O próprio fato do leitor juntar na sua cabeça uma imagem com a seguinte no gibi já obriga uma relação mais profunda, menos passiva que a do espectador comedor de pipocas (alguns chegam a dizer que a relação com o gibi é obrigatoriamente interativa). Os dois melhores filmes a tentarem uma experiência algo mais inteligente, na minha opinião, foram na verdade dois grandes fracassos: o primeiro é o Hulk do Ang Lee, condenado pelo CG terrível -e pela presença do Eric Bana-; o segundo é o Scott Pilgrim, que quase não entrou nos cinemas brasileiros e foi ignorado pela presente edição dos Oscars.

Eu achava que o cinema jamais conseguiria adaptar fielmente (ou criativamente) o trabalho de ilustradores como o Dave Mckean (das capas do Sandman) e Bill Sienkiewicz (de Elektra Assassina e Asilo Arkham). Bom, o primeiro já teve sua chance na direção com o Máscara da Ilusão (2005), filme que tentou usar o 3D de forma diferente, segundo ele feito por menos pessoas, com o intuito de ser mais "autoral", mas com um resultado cansativo e bastante irregular. Mas eu nunca tinha visto nada feito pelo segundo.

Não até os seis webisodes que ele assinou, no final do ano passado, para a ampliação do universo da série Dexter. Mesmo com uma animação simples e um roteiro fiel à estrutura da série mas pouco aberto a experimentações narrativas, os belos desenhos conseguiram gerar um bom clima e são, de qualquer forma, um uso criativo de uma série de TV (voltado neste caso exclusivamente para a Internet). Pros que ainda não tinham visto, vejam o primeiro episódio da série abaixo e na sequência o making of (que ele não aparece). Para ver os demais episódios, clique aqui.





E já que estamos falando de Dexter, veja também a música que o Pogo (falei mais dele aqui) fez em cima dos ruídos e barulhos da série, em outro bom exercício de edição.


3 comentários:

  1. Dexter é apaixonante!
    Não è igual a todos as séries de TV
    Dexter è .... DEXTER!

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  2. Sou suspeita: "Serial viciada" em Dexter de carteirinha. É realmente das melhores coisas produzidas para tv (daí o meu medo danado dos produtores perderem a mão e estendê-la indefinidamente). Killer post. Adorei. :)

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  3. Por falar em "killer post", quem quiser saber mais sobre o Dexter (e a 6a temporada), recomendo a leitura dos posts matadores da blogueira acima, senhorita Dômenica Mantel.

    Começa por aqui:
    http://sobretv.net/2011/10/06/sobre-o-6x01-de-dexter-those-kind-of-things/

    Vá sem medo. :)

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