terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sobre Fugazi, Cassavetes e trabalho na praia


Através do amigo Andre Cruz, conheci o Jaume Montané, uma das metades da produtora catalã Copilotos e criador de algo genial: o melhor videoclipe não-oficial do Fugazi, banda de Washington D.C. (a da foto acima) que além de vender seus álbuns com preço impresso na capa, tem a fama de nunca ter feito um videoclipe.


A música que ele escolheu acho que é a minha predileta (do meu álbum predileto) do Fugazi (uma das minhas bandas prediletas): a Cassavetes, do In On the Kill Taker (álbum de 1993). Usando o tema da música, ele cruzou apresentações ao vivo da banda (provavelmente tirada do Instrument, ótimo DVD deles lançado em 2001) com cenas do filme Faces, dirigido pelo John Cassavetes em 1968 em que mais uma vez Gena Rowlands, também esposa do diretor, atua (é também citada na letra da música). Ah, o filme foi rodado na casa do casal, inclusive. Confiram o resultado do videoclipe abaixo.



E para aproveitar este que deve ser o último post do ano (já que ninguém é de ferro!), aí vai uma publicidade da produtora deles, a Copilotos, que ilustra muito bem como é trabalhar (e ter uma produtora) nesta época do ano. "Alô? Não... não fechamos. Aqui estamos. Em que posso lhe ser útil?". Aproveito este post então para desejar boas festas a todos (e bom trabalho pros que ficam).



Em tempo: nestes 10 meses de vida do blog, já tive mais de 13 mil visitas. Obrigado pela preferência. Postando sempre para postar bem (ou seria o contrário?). Celebremos então!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Walking Dead e Criss Angel (sobre zumbis e mulheres mutiladas; truques e truques cinematográficos)


Ontem vi o primeiro episódio de Walking Dead. Certamente os fãs do gênero devem achar ele meio novelinha, muito blablaba entre uma explosão de cabeça e um zumbi mutilado. Eu achei bem bacana. É mais um a provar que, pelo menos em se tratando de roteiros, o legal está mesmo na TV a cabo americana. É uma boa aposta no final das contas. Bem executado, bem escrito, com planos bem bacanas, efeitos e maquiagem impecáveis. E aqui está o principal (que pode explicar de certa forma o blablabla do roteiro): o zumbi em si, a cabeça mutilada e a pessoa sem perna, por si só, já não impressionam muito mais (ainda que no caso da série garanta bons momentos). Se antes o legal era pensar "como esses caras fazem isso", agora já tem milhões de vídeos na internet e programas de TV que mostram o making of dos inúmeros filmes de zumbis. As passeatas de mortos-vivos que têm por aí (e teve uma recentemente em São Paulo, a da foto abaixo), já estão se bobear mais profissas que muitos filmes de baixo orçamento. Então a idéia é dar uma nova cara ao gênero. Tentar torná-lo verossímil de novo. E o roteiro é parte essencial disso.


Mas falando em efeitos, truques e aspectos relacionadas à pós-produção, acho legal eles não esconderem no material extra de divulgação como as coisas são feitas (e nem transformarem isso em show, também). Veja o vídeo abaixo por exemplo, onde vemos Robert Kirkman, criador da HQ que deu origem à série e agora produtor executivo, falar sobre o assunto ao mesmo tempo em que vemos o zumbi mutilado (o primeiro que o personagem principal vê ao sair do hospital), com tecido azul ao redor das pernas para posterior recorte do chroma.



Este zumbi mutilado serve também para ilustrar outro ponto desta discussão entre o que desconhecíamos antes e agora já conhecemos de sobra. Em uma aula, o diretor de arte espanhol Andrés Hispano usava a história da mágica para ilustrar a mudança da visão das pessoas sobre os efeitos. Dizia ele que antes nos surpreendíamos com mágicos de shows grandiosos, como David Copperfield. Este fazia um show para se ver ao vivo e o povo caía totalmente nos truques do ilusionista. Dali passamos para o David Blaine (vou pular o Mister M, desculpa), mágico minimalista que dominava a linguagem da televisão e fazia truques muito simples (quase idiotas) parecerem muito mais autênticos que os do anterior. E por último teríamos o Criss Angel, mágico que nasceu no Youtube, com truques impressionantes em vídeos de péssima qualidade (difícil para ele foi convencer os outros que a Paris Hilton tava mesmo dando bola quando tirou a foto).


Andrés usava essa mudança para falar como o público liga hoje em dia muito mais para o conteúdo do que para a definição propriamente dita (até por termos agora câmeras simples e televisões "baratas" em HD). Como exemplo, comentava que o surgimento do Dogma-95 no mesmo ano em que vazou o polêmico vídeo da Pamela Anderson com o Tommy Lee não era coincidência; os dois apontavam para esta idéia de menos definição e mais conteúdo (no caso da Pamela, que conteúdo!). E neste processo, se antes duvidávamos da produção do Copperfield, agora caímos na do Criss Angel sem contestar muito; a graça está em cair no truque afinal de contas. Mesmo ele fazendo uns truques bem safados através de pura manipulação em edição (+ atores contratados). Os truques dele viram qualquer porcaria se você passar a pensar que ele está sempre mudando coisas que você não vê entre um corte e outro (e desculpa Criss, mas o Buster Keaton já fazia isso bem melhor que você quase um século atrás). O vídeo abaixo, que ele parte uma mulher ao meio, já é um clássico (e aqui, finalmente, a ligação com o outro zumbi, do Walking Dead).



Em tempo: se quiser saber qual é o truque da mágica acima, e que tem relação com edição, como falei, é só clicar aqui. Fácil e rápido, como a internet sempre possibilita.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

People Change (enfim, em um Vimeo perto de você)


Mais ou menos um ano atrás eu concluía um curta-metragem (o meu primeiro), feito de forma extremamente barata (no campo "orçamento" do formulário de inscrição de alguns festivais eu coloquei algo como 5 euros, o preço de uma fita mini-dv), que servia inicialmente para ilustrar umas tantas idéias da minha tese de mestrado, que tinha como tema inovações em montagem no Cinema. O curta contou com a colaboração de alguns amigos e foi feito ao longo de uns seis meses em frente ao After Effects, nos meus meses finais em Barcelona. Ele tenta ilustrar algumas das tantas coisas que um montador pode fazer com os softwares de edição disponíveis, afim de ganhar sentido narrativo (as idéias por trás dele eu falei melhor aqui).

Neste ano ele rodou quatro festivais: a Mostra do Filme Livre e o Cinesul - Festival Latino-americano de Cinema e Vídeo, que acontecem no Rio de Janeiro; o Festival Locomotiva de Animação, que acontece em Garibaldi, no Rio Grande do Sul; e a VI Mostra Internacional de Curtas da Unioeste, Universidade de Toledo-PR (falei mais sobre dois deles aqui).

O resultado você pode conferir abaixo. Espero que goste.

People Change from Ricardo Kenski on Vimeo.


Fica aqui novamente meu agradecimento a todos que me ajudaram a realizá-lo. E aos festivais que acreditaram na idéia.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

The Octopus Project

Mais um da série "como fazer um videoclipe legal e extremamente barato". Dessa vez com a divertida The Octopus Project (a da foto abaixo), banda americana que já ganhou inclusive o título de Best Experimental Band do SXSW, importante festival indie de música e vídeo. A música se chama Truck e o clipe é dirigido pelos tais Zellman Bros.


Videoclipe criativo que nasce na sala de edição através da composição entre um material meio genérico (e poderíamos até dizer mal captado) e desenhos simples. Parece inclusive que a composição surgiu de um problema: disfarçar as pessoas que aparecem em primeiro plano, para não ter que pedir a autorização pelo uso da imagem. Por mais simples (ou funcional) que seja, o efeito deu uma cara interessante ao vídeo. Confiram o resultado abaixo.

TRUCK - The Octopus Project from Zellner Bros. on Vimeo.

Em outros dois posts falei de casos semelhantes de composições feitas na edição - clique aqui para vê-los. É sempre um exercício divertido no final das contas.

sábado, 23 de outubro de 2010

Videoclipes imaginativos (Beck, Charlotte Gainsbourg e El Guincho)

Aí abaixo dois videoclipes bacanas que não tentam contar muita coisa, mas conseguem criar excelentes imagens. Em cima de várias situações desconexas, fazem esta "viagem pelo mundo da imaginação" que fala o primeiro, logo na introdução.

O El Guincho, que lançou este ano o disco acima, é talvez a banda indie mais exportável da Espanha. Ajudados por festivais como o Sónar, de Barcelona, acabaram sendo comparados com os Animal Collective. E fazem um som bacana, criativo. O clipe abaixo, consegue produzir boas imagens com tratamento simples e de fácil execução. É, na minha opinião, algo entre um editorial de moda e um filme do David Lynch.

El Guincho - Bombay from CANADA on Vimeo.

Já o primeiro clipe da parceria entre Beck e a francesa Charlotte Gainsbourg tem mais produção e acaba sendo mais estranho que maluco. E na mesma linha de comparações (esdrúxulas?) poderíamos dizer que é algo entre um programa familiar do National Geographic e um filme qualquer do Jim Jarmusch ou do Wes Anderson.

Charlotte Gainsbourg "Heaven Can Wait" from Beck Hansen on Vimeo.

Os dois clipes são importantes e, na minha opinião, extremamente relevantes porque usam da liberdade do meio (os videoclipes) para chegar onde o cinema vacila na maioria das vezes: a interpretação da imaginação. Estando a serviço das histórias, o cinema acaba sendo em boa parte das vezes, um livro ilustrado. Não consegue usar o seu potencial e hoje em dia, os muitos efeitos, softwares e possibilidades técnicas para criar coisas não vistas mas que estão no nosso imaginário. Ponto para eles.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

RIP Sally Menke


Morreu hoje, aos 56 anos, e de forma trágica, uma das maiores montadoras do cinema de todos os tempos, a Sally Menke. Ficou famosa por montar todos os filmes do Tarantino, dos quais recebeu duas indicações ao Oscar (por Pulp Fiction e Bastardos Inglórios). O meu favorito dela é certamente Death Proof, uma verdadeira aula de montagem. Ali vemos o uso de muitos filtros diferentes, efeitos, cortes errados propositalmente, um ritmo excelente nas diferentes partes, ótimas cenas de ação, tudo orquestrado de forma magistral - e feito em quatro semanas e meia, como nos diz Tarantino em um dos vídeos abaixo. É das que consegue usar a montagem para conduzir perfeitamente a história (de forma invisível) e também, como neste caso, potencializá-las através dos recursos disponíveis, assumindo sentido narrativo (aqui visível). A montagem vira neste caso um personagem a mais do filme e é responsável pelo visual genialmente diferente que vemos ali. Boa parte do sucesso e da graça dos filmes do Tarantino se deve a ela. Tanto que é considerada o braço direito do diretor. E pelos exemplos abaixo, em vídeo, vemos que mesmo estando numa salinha escura a kms de distância do set, ela era lembrada por todos os membros da equipe, em diferentes situações. Os "Hi Sallys", brincadeira que Tarantino fazia com a montadora durante a filmagem, é divertidíssimo e serve para mostrar a sua importância.



Vale também ler o texto escrito por ela para o portal do Guardian (clique aqui), em que comenta a sua trajetória, o trabalho com Tarantino e a admiração pelo trabalho de outra montadora notável, Thelma Schoonmaker, que trabalha desde sempre com Scorsese e que, com 14 anos a mais que ela, continua na ativa em ótimo processo criativo.

R.I.P. Sally Menke.
Bye Sally.

sábado, 25 de setembro de 2010

Mais Ok Go (ou: depois desse eu prometo que paro)

Passou já uma semana do show dos Ok Go. Minha opinião não mudou muita coisa não. Mas para fazer justiça à banda, faltou falar de dois outros videoclips, realmente relevantes para o que pretendo com este blog. Os videoclips são os das músicas WTF e End Love.


Esses caras adoram fazer um videoclip com um bom plano-sequência e esses dois não fogem à regra. A diferença aqui é que eles tem umas sacadas bem bacanas de edição. No primeiro, o WTF, eles gravam um plano-sequência em fundo verde para recorte em chroma (sem nenhuma novidade até aqui), mas colocam um efeito que cria todo o visual do clipe (e faz ele ficar interessante). Até aí nada de mais também. Bacana mesmo é ver da onde surgiu a idéia e como foi feito no video de making of feito por eles, muito bem editado, diga-se de passagem (a linguagem lembra a do programa Pânico na TV). Não é sempre que podemos ver videoclips com comentários do diretor, como já estamos acostumados nos filmes.

O segundo é o End Love e é um dos melhores usos em videoclip que conheço para os time lapses (deixando o Gondry de lado, obviamente), que agora, com as novas câmeras de foto da Canon gravando também em Full Hd (5D, 7D e a Rebel T2i) começam a pipocar por todos os lados na Internet. Mais que isso, eles sabem jogar neste videoclip perfeitamente com as velocidades. Algumas horas acelerando o tempo, algumas horas usando um super slow, algumas tantas horas indo quadro-a-quadro estilo stop motion. Nenhum efeito ultra mirabolante, mas um conjunto bem bacana, com um ritmo bem interessante. (Em outro videoclip, a versão papel-de-parede da música Do What You Want, eles também jogaram bastante com o tempo, desta vez em planos separados, cheios de corte).

Tão aí os dois vídeos abaixo. Divirtam-se.





Conclusão: ao contrário das demais bandas, esses caras deveriam fazer menos shows. E mais videoclips. (E bom saber que tem gente por aí que sabe que um videoclip não é um curta-metragem e nem uma peça publicitária).

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Ok Go (e um videoclip bobo depois de um show sem graça).

O Ok Go lançou hoje mais um videoclip. E como sempre, vai espalhar pela Internet que nem vírus no ar-condicionado da empresa. O novo clipe é feito de novo em um só plano-sequência, dessa vez com alguns poucos objetos e cachorros bem treinados. Se as pessoas que esperavam coisas mais mirabolantes (como as de alguns videoclips anteriores, como o do Pitagora Suitchi -que falamos aqui), ou algo tão divertido (como o primeiro, das esteiras de academia), vão virar a cara para esse, ele será aceito amplamente por todas essas pessoas (bobas) que babam em vídeos de cachorros (que tem na Internet aos montes). Mais uma vez eles sabem transformar apelos de vídeos toscos em videoclips baratos com boas sacadas. Isso é um dos maiores méritos da banda. Confira aí abaixo o resultado.


Sou um dos que se diverte vendo esses videoclips, devo confessar (mesmo sendo assim meio sem graça, como esse último). O problema na verdade começa quando começa a apresentação deles ao vivo (como presenciei na última sexta-feira no Estúdio Emme, em São Paulo). No palco, sem esteiras elétricas, cachorros, planos-sequências mirabolantes, figurantes para todos os lados e trucagens interessantes, você tem que prestar atenção na banda e obviamente, na música. E isso não se sustenta por muito tempo. Eles até tentam jogar papel picado para ver se melhora o show (e fazem isso o tempo inteiro); ou tentam tocar uma música só com sinos (certamente um dos pontos altos da apresentação); vestem ternos com luzinhas no bis (como a da foto abaixo); ou vão para o meio da galera, só com voz e violão (hora de pegar mais uma cerveja). Mas é pouco; e fica extremamente cansativo. Fica no fim que nem esse último clipe aí acima: bobo e algo sem graça, apoiado mais no "como eles são fofos", idéia que o vocalista certamente acredita - e prega durante o show-, do que "até que a música é boa", coisa que nem uns tantos hits no currículo ajudam a sustentar muito.


Conclusão: ter milhões de page views ou ser conhecido por muitos não faz de você algo realmente interessante ou relevante. Isso se aplica também de forma geral ao twitter e à esse universo dos blogs, que certamente são os maiores apoiadores da banda.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Porra, Superchunk!

Pô, o Superchunk foi desde sempre uma das minhas bandas prediletas. Eles certamente estarão em qualquer lista das grandes bandas da ceninha indie americana dos anos 90, juntos aí com o Sonic Youth, o Yo La Tengo (que são certamente melhores que eles e logo mais tocam por aqui) e o Dinosaur Jr. (que desde que falou que ia tocar no Brasil, fez todo paulistano virar o primeiro-fã-número-1-da-banda-mais-legal-de-todos-os-tempos, ou algo assim). E eles continuam aí, com as caras de criança de sempre. Até lançaram este álbum abaixo, esta semana, depois de nove anos sem lançar nada...


Mas, porra, vem ano, vai ano, eles continuam fazendo esses clips bizonhos, como esse aí abaixo. É para parecer low profile, feito em casa, "entre amigos"; dizem eles que aí até aparece o cara dos Mountain Goats e uns outros tantos. Mas caceta, precisava ser tão tosco e sem graça? Eles são donos da Merge, lançaram Arcade Fire e tudo isso... (além dos She & him, Shout Out Louds, o próprio Dinosaur Jr. e o Lou Barlow, Buzzcocks, Caribou, Lambchop e uns tantos mais...)

Sei lá, fica aqui o meu protesto.



Pronto, passou! Mal aí.

domingo, 12 de setembro de 2010

Youtube interativo (ou: Iggy Pop e Tipp-ex vs. Burger King)

A idéia é velha. Mas envolve um bocado de programação. E por isso é bastante curioso agora vermos essas coisas no Youtube. O caso é a nova publicidade (que já se tornou viral) da empresa alemã Tipp-ex para um corretivo estilo Liquid Paper. Você vê um video de 30 segundos e depois participa de uma experiência "interativa", em que você seleciona ações possíveis envolvendo um caçador e um urso.

Aos poucos vemos o Youtube, que era apenas uma página web para ver vídeos, passar a ser o principal meio para qualquer ação envolvendo vídeos, e nesse ponto, fica muito difícil saber agora até onde isso pode chegar. Já tínhamos visto vídeos interativos, em maior ou menor grau, como o clip do Iggy Pop (abaixo), que gosto muito. E ultimamente, algumas experiências, como o show do Madison Square Garden do Arcade Fire (que falei no post anterior), atrairam ainda mais atenção para a página. Neste caso, conseguiu juntar vídeo em alta definição com outras mídias sociais, fazendo posts do twitter e do facebook quase virarem uma sala de bate-papo.



O que temos agora é uma versão para Youtube (e com ursos) do que foi nos anos 2001 uma campanha da Burger King, a Subservient Chicken (ou Galinha Subserviente), em que já podíamos, através de vídeos, dar comandos para uma "galinha". (clique aqui para recordar e se divertir também).


No fim, demorou quase dez anos para vermos a mesma coisa dentro do Youtube, mas por outro lado, se pensarmos que a página é voltada para o público em geral, parece um passo interessante no sentido de que, qualquer dia, você vai poder fazer algo assim tão facilmente quanto subir um vídeo depois de gravá-lo no seu celular (vai saber...). Ao menos é essa a idéia que o Youtube pretende passar, associando boa publicidade ao formato deles para todos os demais vídeos. Bom, clique no vídeo abaixo e comece a interação (depois, é só dar os comandos mais variados que surgirem na sua cabeça - em inglês, é claro). Aproveite!



Uma observação final: achei interessante também a frase do tal Bob Thacker, da Buzzman, empresa francesa responsável por esta ação de marketing:
«The secret is respecting the consumer. You are interrupting their life.
All advertising is unwanted, so if you're going to crash the party, bring some champagne with you.»

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

The Wilderness Downtown. O novo projeto visual dos Arcade Fire.

Animal o projeto interativo dos Arcade Fire para divulgar a bela We Used To Wait, do Suburbs, o novo álbum deles. Servindo também para promover o Google Chrome, ele usa um dado fornecido pelo usuário (um endereço qualquer) para montar um videoclip com muitas janelas de formatos diferentes que conversam entre si em formato pop-up, misturando para isso dados do Google Street View, animações, vídeos com texturas variadas, etc.


Não é a primeira vez que eles fazem isso. Para promover a Black Mirror do álbum anterior (o Neon Bible, o pior deles) eles fizeram uma página onde você podia escolher quais canais de áudio queria escutar (entre seis opções) e podia ver o clip com fundo branco ou com fundo preto (selecionando com a barra de espaço). Uma experiência já bastante interessante e melhor que esse em relação ao áudio. Se você não conhece, clique aqui.

Mas nesse eles foram bem além, de uma forma geral, e de novo conseguiram usar a internet (e parece que foram um dos primeiros a usar o standard HTML5) para fazer algo que ninguém ainda havia visto e que propaga em redes sociais e blogs (como esse em que você se encontra) em poucos segundos.

Clique aqui para participar também da experiência. E faça como manda o protocolo: veja no Google Chrome, feche outras janelas do seu browser, aumente o som. E antes de tudo uma ressalva: com endereços brasileiros, por não estar tudo tão bem mapeado, a experiência não é assim tão bacana. Podem aparecer umas tantas janelas pretas no meio do processo.


Aí acima um quadro do final da música da versão que eu fiz. Misturar boa edição com tecnologia e boa música é algo que realmente deve ser preservado. Que venham outros (e não pela Lady Gaga, por favor! Até porque nesse caso não seria muito "boa música").

Vale lembrar que eles acabaram de fazer algo único no canal do Youtube; um show no Madison Square Garden (ou como eu gosto de chamar, Jardim Quadrado do Filho Louco), em show transmitido ao vivo e dirigido por ninguém menos que Terry Gilliam (que é realmente bom, mas que aqui não sei se melhora muita coisa ou consegue mostrar algum estilo específico além de cortar muitas câmeras em um show). Clique aqui para ver a apresentação (de novo, é claro).

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Próxima estação: Laranja Mecânica. Desembarque pelo lado direito do trem.

Um blog organizou um mapa do metrô com os 250 melhores filmes do Cinema, segundo a votação organizada pelo Imdb.com no ano passado. Assim como o mapa integrado de ônibus e metrô de São Paulo, algumas vezes fica difícil entender o quê Wall.e está fazendo ao lado de Casablanca. E assim como acontece na nossa cidade, ainda faltam inaugurar umas tantas estações. Principalmente em relação ao cinema europeu, alguns Dogma-95 ou filmes sul-americanos (nosso Cidade de Deus, pelo menos, está aí, ao lado de Na Natureza Selvagem e Amores Perros). O Imdb é um site americano afinal de contas e votações dos internautas dá nisso.

Os responsáveis pelo blog já avisam: para ir de Intriga Internacional (North by Northwest) até Alien, é preciso passar por Poderoso Chefão II.

Afinal, qual a sua linha predileta? (Veja o mapa abaixo. Clique para ampliá-lo).


terça-feira, 10 de agosto de 2010

Caribou (e uma aula de meia fusão)

Se tem um recurso de edição que é difícil de ver bem empregado, este é a meia fusão. O visual, que nasce da mistura de duas imagens, baixando a opacidade de uma delas, acabou sendo usado à exaustão nestes clipes românticos e shows de bandas bregas, muitas vezes para mostrar duas coisas que acontecem simultaneamente no palco (por exemplo, vermos o vocalista com toda a sua emoção ao mesmo tempo em que ocorre uma brilhante performance do saxofonista).


Pois bem diferente disso faz o clipe da bacana Odessa, música do multi-instrumentista Caribou (o figura da foto acima). Dirigido pelo coletivo Video Marsh, as imagens se misturam o tempo inteiro no vídeo e nascem justamente da mistura de duas ou três coisas diferentes. Raramente vemos uma imagem sem estar composta com outra e quando vemos, é por muito pouco tempo. Isso gera um ritmo bem bacana para todo o vídeo, assim como também cria movimento para imagens estáticas ou uma certa melancolia para imagens em movimento (até porque muitas delas tem movimento alterado, em slow). Vale lembrar que o artista é canadense e que a palavra caribou quer dizer alce, coisas que estão relacionadas ao tema do videoclip. Vejam o vídeo abaixo e preparem-se: ele vai tocar dia 27 de outubro em São Paulo, no Clash Club. O show também promete.

CARIBOU - Odessa from Caribou on Vimeo.

Em tempo: conheci o videoclip no tumblr do amigo Gabriel Dietrich (http://gabdietrich.tumblr.com/). Recomendo a visita!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Sobre 007 (gadgets, segredos e claro, bondgirls)

"Quem é o vilão que conseguiu parar James Bond? São os problemas financeiros da MGM, dona dos direitos sobre a franquia mas que está arcada sob o peso esmagador de uma dívida de 4 bilhões de dólares". Notícia vai, notícia vem, fato é que cada vez está mais difícil para os fãs de 007 verem um novo filme, o que seria o número 23 da série. Problemas financeiros do estúdio complicam a produção do novo filme, ainda mais porque digamos que um filme do 007 não é o que poderíamos definir como sendo "baixo orçamento".



Para ajudar a baixar a espectativa, fiquemos então com o curta-metragem Secret Stash do taiwanês (!!!) Yiting Cheng. Não tem bond girls, não tem efeitos espetaculares, super vilões, Aston Martins ou Martinis ("Shaken, not stirred"). Mas tem a ver com uma das minhas partes prediletas de todos os filmes, desde criança (tirando as bondgirls): a parte dos gadgets. Uma pessoa que acompanha os filmes do detetive sempre quer saber o que mais pode ser colocado no relógio, na mala, no carro ou na caneta dele (no bom sentido, é claro) e como estas novas coisas vão salvá-lo no final do filme. Pois este curta, que não tem nada a ver com a série, dá algumas possibilidades de onde esconder coisas na sua casa, para você pelo menos se sentir mais próximo do James Bond (já que não dá para ter as bondgirls).


E se você esqueceu dos momentos marcantes da série, aqui um pequeno documentário de 10 minutos, com o genial Desmond Llewelyn, que interpreta o Q (o quê?), comentando alguns dos principais gadgets.



Ok, faltou bondgirls? Então aqui no Youtube tem uma lista com as 10 mais, ou se preferir, as 20 mais, para você. Música ruim, imagens de pouca qualidade e edição sofrível. Mas são bondgirls afinal de contas. Ah, Ursula Andress...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A Origem (e a origem) de Christopher Nolan

Vá se preparando para um dos filmes do ano, que estréia nesta sexta-feira (ao menos em São Paulo). É o novo experimento de Christopher Nolan, o diretor inglês que já te deixou perturbado com Amnésia e Insônia e te divertiu um bocado com os dois últimos filmes do Batman.


O filme em questão se chama A Origem (Inception, no original) e conta com Leonardo DiCaprio (fazendo outro policial num mundo fantástico, como em A Ilha do Medo, que comentamos aqui), o casal amigo das boas comédias românticas: Ellen Page (do Juno) e Joseph Gordon-Levitt (de 500 dias com ela) e Michael Caine, um dos prediletos do diretor. E tem esse trailer animal aqui, que te deixa realmente com uma bela de uma expectativa:



E já que falamos do A Origem, de Chrisopher Nolan, me parece interessante também falar da origem de Christopher Nolan, ou melhor, de um dos primeiros filmes que o diretor fez (e que o ajudou a se lançar no mercado cinematográfico). Se chama Doodlebug (1997) e já foi lançado numa das edições de curtas europeus do bacana Cinema 16. Poderíamos interpretar como um típico exercício de escolas de cinema: foi feito em 16mm, uma única locação, um só ator, em preto-e-branco, sem diálogos. Ainda assim, o exercício ficou bem interessante e já mostra um pouco o universo em que viria a trabalhar futuramente o diretor: drama psicológico com influência de sonhos e alucinações, que nesse caso fica bastante surreal. Interessante também saber que no curta ele trabalhou como diretor, roteirista, câmera e também editor. Confiram o resultado abaixo.



Santa expectativa para o novo filme, Batman!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Walk Across America (ou: a difícil tarefa de cruzar o país para fazer um stop-motion)

Uma idéia simples de realização complicada: fazer um stop motion que mostre alguém caminhando pelos principais pontos turísticos dos Estados Unidos. Resultado interessante (que parece não estar associado -pelo menos por enquanto- a nenhum produto ou campanha turística) e que está relacionado à difícil tarefa de andar belos três mil kilômetros para tirar 2.700 fotos (quase uma foto por km, se pensarmos assim).



É interessante também conferir o Behind the Scenes feito por eles, onde falam sobre o processo, mostram uns testes que fizeram antes para simular os movimentos do ator e registram os bastidores da road trip (no googlemaps dá para ver também o roteiro feito por eles).



Agora que você já viu como fica legal, e já sabe como fazer, é pegar a sua câmera e ir do Oiapoque ao Chuí registrando as maravilhas do nosso país. Se quiser, pode até passar em casa para um café quando estiver por São Paulo. Boa sorte.

terça-feira, 27 de julho de 2010

thunder, THUNDER, THUNDERCATS, ooooooooooo

É bastante curioso ter expectativa sobre o possível filme dos Thundercats, que tempos atrás, havia sido previsto para sair este ano. Missão difícil (para não dizer impossível) a de transformar seres cinzas e amarelados, com orelhas e dentes de tigre, suspensórios ridículos e superpoderes, em algo divertido e interessante cinematograficamente. Mas se eles já conseguiram fazer um filme do X-Men e até do Watchmen, por que não iriam conseguir com mais esse? (Logicamente, parte do suposto sucesso destes outros implica em, por exemplo, tirar as orelhas marrons, assim como trocar todo o uniforme, do Wolverine, transformando o herói em um motoqueiro com garras; coisa difícil de mudar no universo dos Thundercats).


O fato é que está previsto para 2011 uma nova série de desenhos animados com os personagens no Cartoon Network (acima uma idéia do que seria o novo conceito visual da série). E um filme para 2012, com diretores, atores e etc, ainda bastante nebulosos.

Parte dessa grande expectativa dos fãs em relação ao filme se deve justamente a pensar como seria essa passagem dos desenhos, com toda a liberdade que eles tinham, para um ação com atores reais nos moldes dos filmes de super-heróis que temos hoje. Um poster que fizeram aí pelos anos 97/98 (assim como haviam feito antes do filme para o Watchmen), tenta ajudar a imaginação, colocando atores conhecidos, como Wesley Snipes e Ed Harris, no lugar dos personagens (abaixo).


Mais interessante que este exemplo, e um bom exercício de edição, é o trailer fake que fez o tal WormyT, disponibilizado no Youtube, para o que seria o filme dos Thundercats. Segundo ele, tudo foi feito no Photoshop, alterando quadro a quadro cenas de filmes famosos e depois juntando tudo no Premiere. É um trabalho bem feito que usa apenas softwares simples (só o logo final do trailer, em 3D, foi feito por outra pessoa). E é legal que ele consegue convencer - e saciar parte de nossa curiosidade - mesmo tendo que transformar o Garfield 3D dos novos filmes, no Snarf. Confiram o resultado abaixo.



Pra quem gostou, essa é segundo ele a lista de filmes usados:
10,000BC, Masters of the Universe, Indiana Jones and the Last Crusade, Lord of The Rings: Return of the King, Farscape: The Peacekeeper Wars, Chronicles of Riddick, Pitch Black, X2:X-men United, X-men:The Last Stand, Troy, Star Trek6: The undiscovered Country, Space Hunter: Adventures in the Forbidden Zone, Stargate, Mighty Morphin Power Rangers: The Movie, Garfield, Enemy Mine, Spykids, Underworld, The Mummy, The Mummy Returns, Galaxy Quest, John Carpenter's Ghosts of Mars, Planet of the Apes, Aliens, Mortal Kombat: Annihilation, Reign of Fire, Mad Max Beyond Thunderdome.

Para relembrar o desenho original (e voltar à infância), clique aqui.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

The Books (videoclips diferentes para músicas diferentes)

Outro projeto musical interessante é o formado pelos americanos do The Books. As músicas deles não parecem ter uma lógica específica e alternam por diferentes gêneros, usando bases eletrônicas, violões e outros instrumentos de cordas, e milhões de ruídos, barulhinhos, falas que eles encontram por aí. Parece muitas vezes que eles usam a lógica do documentário cinematográfico dentro da música, de tantos recortes que eles fazem com qualquer tipo de som. E dentro desta lógica, não poderia faltar ótimos videoclips para ilustrar tudo isso.


No DVD intitulado Play All, eles fazem uma boa mistura de técnicas de animação e montagem e muitas vezes você fica com dúvida se é o vídeo que ilustra a música ou se é a música que nasce de uma idéia audiovisual (dá para ver alguns tantos exemplos no site da banda).

Este mês eles lançaram um novo disco, chamado The Way Out. Junto com o lançamento, publicaram o videoclip de uma das melhores músicas, chamada A Cold Freezin' Night. Essa música ilustra bem a piração musical deles e é também um bom exercício de montagem. Usando várias imagens de arquivo meio aleatórias, de gravações caseiras, há alguns bons momentos, bem como um bom ritmo. Não parece mesmo um pequeno documentário?



Outro videoclip bacana é o da música Smells Like Content, uma das melhores deles na minha opinião. O videoclip é feito manipulando textos e pouquíssimas imagens, muitas delas de fundo, o que gera um visual bem interessante. E fica no final a frase na cabeça, que certamente ajuda a curtir o trabalho deles (e para mim se relaciona com a produção audiovisual em geral): Expectation leads to disappointment. Muito melhor quando você não espera nada e é surpreendido com uma coisa diferente, bacana. Como são as músicas e os vídeos deles.


quarta-feira, 21 de julho de 2010

Broken Deer / Alice Cohen (ou: clip estranho para música mais estranha ainda)

Joanna Newson e CocoRosie parecem já para você quase tão pops quanto Lady Gaga e Justin Bieber? Pois conheça o projeto da canadense Lindsay Dobbin, chamado Broken Deer. Assim ela descreve (em inglês) as suas influências musicais:

"Moments of transition. Merging of worlds. Discovery. Shift, inspire, lift, move, forward, backward, up and down. Mystery. Ground breaking. Breaking ground. Ground works. Afterimage of sound. An impression. An imprint, embossed. Close, faraway. Raw material. Moon material. Potatoes. Whale songs."

Coerente com a proposta e mais estranho que música de baleia é o clip para a música White Woman, feito em animação pela americana Alice Cohen (que também faz música).



Agora você já sabe que fim dar para aquela velha enciclopédia que está parada lá na casa do seu avô, tá vendo só? Jan Svankmajer ficaria orgulhoso.

Além do projeto musical, Lindsay também mantém um interessante blog, chamado The dreaming, em que apresenta de Bill Viola e Slavoj Žižek às coisas que a assustavam no cinema quando ela ainda era criança. É de lá também a foto que ilustra este post, que está no about dela. Esquisitices à parte, vale a visita.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Light Painting. De Pika Pika a Light Warfare.

Um mesmo recurso. Dois exemplos diferentes. A mesma lógica corta-e-cola do post anterior. E os mesmos japoneses como fonte de inspiração.


O primeiro exemplo que vi de usar o light painting - recurso fotográfico que consiste em tirar uma foto de longa exposição e manipular luzes em frente à lente, "desenhando" no ar - para animação foi através dos japoneses Pika Pika. O coletivo, que circula em festivais de arte e de animação e já levou seu workshop pros 4 cantos do mundo, conseguiu mostrar como era legal usar a técnica; e fez todo mundo entrar na brincadeira. Abaixo, um vídeo de 2007, em que eles mostram diferentes situações. E depois, a passagem deles pelo festival Anima Mundi (que está acontecendo agora no Rio e logo vem a São Paulo) em 2008.





A idéia já foi usada para a criação dos mais diferentes vídeos, desde publicidade (como uma para um tal Ford Kuga) até pedido de casamento (um curioso vídeo, aqui). Mas um que me chamou a atenção, porque usa a idéia para fazer um vídeo divertido e faz bem feito (mesmo sendo meio curtinho) é o tal Light Warfare. Aqui tem até um making of deles. Confiram o resultado abaixo.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Viva Pitágoras -> Publicidade \_/"- Ok Go -<} Manos de Topo

No melhor estilo Corta-e-cola, vemos aqui como uma idéia acaba sendo usada de outra forma, para gerar outros vídeos igualmente interessantes.


O Pythagora Switch (ou Pitagora Suitchi, no original) é um programa educativo japonês nos moldes do Rá-tim-bum (é exibido no Brasil com o nome de Viva Pitágoras - TV Cultura - ou somente Pitágoras - na TV Brasil). Assim como o nosso programa educativo, uma das coisas que fez com que ele fosse conhecido (e virasse hit do Youtube) são as longas sequências com objetos no esquema ação/reação. Nada como os japoneses para planejarem e terem uma paciência dos infernos para fazer isso ficar realmente bacana. Logicamente, eles não são os primeiros a fazer isso e nem fazem nada de um jeito mais moderno que os outros; só fazem muito bem, de forma extremamente divertida. Podia passar uma tarde vendo isso aí. Com vocês, dois exemplos.





Você deve conhecer já a propaganda do Honda Accord, feita com peças do carro (se não conhece, clique aqui). A esta altura, deve conhecer também o videoclip dos Ok Go para a música This Too Shall Pass que assim como todos os outros videoclips deles, viram hits instântaneos (se estava no Tibet no último ano, clique aqui para conhecer).

Mas um exemplo que não é tão conhecido (no Brasil, ao menos) é o videoclip da música Es Feo da banda-espanhola-com-vocal-mais-bizarro-de-todos-os-tempos chamada Manos de Topo. Acho bacana porque é uma solução bem simples e bem barata (ao contrário da megalomania do Ok Go) e que ficou extremamente eficiente. Até porque eles fazem com que as coisas que aconteçam no vídeo casem com os momentos da música e ilustrem algumas frases. Parece bacana, não? Aí abaixo para vocês.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Isso sim é um stop motion (ou: o novo vídeo do Blu)


Absurdamente bom o novo vídeo do italiano Blu, intitulado Big Bang Big Boom. Se há teoria evolucionista a seguir neste mundo é esta. E está em stop motion ainda, o que deixa tudo muito mais divertido (além de mais didático). Nos quase dez minutos de vídeo, ele consegue passar por uma quantidade realmente gigante de técnicas de animação e recursos visuais. A ponto dos dez minutos parecerem muito pouco. Tudo acompanhado por ótimos efeitos sonoros. Confiram o resultado abaixo.

BIG BAG BIG BOOM - the new wall-painted animation by BLU from blu on Vimeo.

E trazendo para o nosso território, é interessante também conferir a parceria entre ele e OsGemeos feita em um prédio em Lisboa. É só o time-lapse mesmo da pintura que eles fizeram; nenhuma animação como a anterior aqui. Mas ainda assim vale bem a pena. Clique aqui para ver.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Os 100 Melhores Insultos da História do Cinema (americano)

Seu chefe está pegando no seu pé? A TPM de sua mulher te cansa? Toda hora vendedores de telemarketing te ligam? Já não sabe mais do que chamar o juiz da Copa, depois dele não ver que a bola entrou claramente ou que o Tevez criou um novo conceito sobre impedimentos? Faltam adjetivos para o técnico da seleção ou para aquele meio-campista que você não conhecia até ele ir para a Copa?


Seus problemas acabaram. Trata-se unicamente de um problema linguístico. Abaixo, os 100 melhores insultos do cinema para ajudar você nesta árdua tarefa.



Mas cabem aqui alguns comentários:
1. Não são os melhores insultos da história do cinema, logicamente, e sim os melhores da história do cinema americano. Se tem uma coisa que a nossa pornochanchada soube fazer, por exemplo, é colocar palavrão no meio das frases (se bem que não sei se teríamos uma variedade tão ampla como essa ou se ficaríamos só nos "porra" e "caralho"). Filmes franceses e italianos seriam bons nesse ponto também.
2. São 100 cenas e não 100 insultos. Uma porrada delas chega a ter mais de cinco insultos (fica na verdade muito mais legal quando é assim). Se contássemos os insultos, chegaríamos fácil aí em uns quinhentos (quem quiser contar que levante a mão!).
3. Não são também 100 filmes e sim 100 cenas de insulto. Nascido para Matar do Kubrick, por exemplo, aparece três vezes. E acertadamente, já que a sequência inicial do filme poderia ser fácil a sequência mais ofensiva da história do cinema.
4. Só eu senti falta de algum Tarantino aí no meio?

Bom, para ver a lista completa de filmes que aparecem no vídeo, clique aqui. Se você tem alguma reclamação sobre o vídeo, lembrou de algum que acabou não entrando ou acha algum bobinho de mais, vá se %}&#$. Ou melhor, poste o comentário aí abaixo.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Herzog, Onde Está Wally? e Plastic Bag

O diretor alemão Werner Herzog já fez de tudo. Já fez filmes cults alemães, como O Enigma de Kaspar Hauser ou Nosferatu; já gravou no Brasil seu Fitzcarraldo, com José Lewgoy, Grande Otelo e Milton Nascimento; e já até atuou como ator em um filme do Dogma-95, pro americano doidão Harmony Korine.


O que ele não fez mas alguém fez para a gente é imaginar como seria sua interpretação do clássico infantil Onde está Wally? (vídeo abaixo).



Não é a primeira vez que alguém faz uma paródia com o diretor alemão como tema (falamos de outra aqui). No canal de RyanIverson, autor do vídeo têm outras versões, mas para livros não tão conhecidos por nós.

A inspiração para a sátira pode ter vindo de Plastic Bag, do diretor Ramin Bahrani, que Werner Herzog narrou no ano passado. Filme simpático e politicamente correto (e por tanto sério) que narra a vida de uma sacola de plástico. Algo entre as pirações com sacolas de plástico do Beleza Americana e a construção dramática do Ilha das Flores do Jorge Furtado (certamente o melhor curta-metragem nacional).



Seja na tiração de sarro ou num curta politicamente correto vemos aqui dois exercícios bem interessantes relacionados ao cineasta Werner Herzog. Já que ele sempre apoiou os novos diretores, imagino que ele também não deva ver grandes problemas nessas outras adaptações de seu estilo, mesmo que seja na base da tiração de sarro. Não deixa de ser uma homenagem afinal de contas.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Jogando com perspectivas

Dois vídeos que mostram jogos bem interessantes com perspectivas.

O primeiro é o videoclip de The Denial Twist, dos White Stripes, dirigido pelo Michel Gondry (sempre eles!). Como Gondry já disse milhões de vezes, para ele a mágica deve acontecer em frente da câmera; ou seja, ele manipula os elementos e compõe os efeitos muito mais durante a filmagem do que em pós-produção. Neste videoclip, ele joga com as escalas dos objetos e pessoas que estão em quadro, confundindo a perspectiva da câmera. O jogo lembra a lógica do cinema expressionista, principalmente em relação ao uso dos cenários, como no filme O Gabinete do Doutor Caligari. Em outro vídeo, vemos uma imagem do making of do videoclip, que mostra como foi montado o estúdio para alcançar estes objetivos. Confira o clipe abaixo.



Jogando também com perspectivas mas desta vez manipulando a câmera (em pós-produção), temos o vídeo experimental de Jeremy Mooney-Somers que simula uma verdadeira perspectiva reversa, como diz no título (clique aqui para saber mais). A idéia aqui é simular como seria um vídeo com a perspectiva reversa ao olho humano, ou seja, os objetos que estão mais longe ficariam maiores e diminuiriam a medida que se aproximassem da câmera. Um efeito bastante curioso que pretende só ilustrar, quase que cientificamente, um procedimento. Diferente do Gondry, que usa esses elementos para a diversão, para visuais inovadores dentro da produção de videoclips, por exemplo. Confira este outro resultado abaixo.

True Reverse Perspective from JMS on Vimeo.


terça-feira, 22 de junho de 2010

Corta-e-cola agora também é @corta_cola

Para expandir as discussões desse blog; para outras dicas que não viram post; para comentários gerais sobre o que acontece por aí; agora Corta-e-cola também no twitter: @corta_cola.

Dê um follow lá e faça um blogueiro feliz.


(E como lá só pode ter 140 caracteres por mensagem, faço este post também ser mais objetivo, para já entrar no laborioso exercício de não ser prolixo)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Fazendo música com filmes

Já pensou em editar as falas de um filme para compor uma música? É o que faz o australiano chamado Pogo (não confundir com o estúdio brasileiro de finalização que tem o mesmo nome). Usando longas famosos como base (em gerais de animação), ele cria videoclips com melodias bem curiosas e edições bastante interessantes. O figura é esse aí abaixo.


Essa brincadeira deu certo. O canal dele do Youtube já teve mais de um milhão de exibições e ele já foi convidado a fazer versões musicais para empresas (como publicidade) e de filmes, como o recente Up - Altas aventuras.

Para começar, conheça a música que ele fez usando como base a animação de Alice no país das maravilhas, da Disney, certamente um dos seus vídeos (e músicas) mais famosos.



Um que gosto bastante é a música que ele fez usando o filme O Exterminador do Futuro 2. Não só a edição é bem bacana aqui, como diz ele que todos os sons existentes na música vieram do próprio filme.



Por último, fiquem com Gardyn, primeira música feita por ele com sons reais (que ele mesmo gravou). Um simples documentário, de como a própria mãe gosta de cuidar do jardim acabou virando um videoclip interessante, com boa manipulação de música e vídeo.



Assim ele descreve na sua página a experiência de fazer o videoclip:
"Filming and mixing my mother’s garden was a great experience. Mixing films will always be a passion of mine, but it’s certainly exciting to imagine running around the world with a camera, microphone and laptop. Now whenever I hear sounds and voices around me, my brain starts ticking!". (Para saber mais das idéias dele por trás dos vídeos, clique aqui).

Que venham outros!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Com a copa desse jeito, o melhor é apelar pro Bruno Aleixo

Já que nessa Copa do Mundo:
- 2 x 0 já é goleada;
- Os melhores atacantes são os zagueiros;
- Gol contra já é golaço;
- Se alguém tiver na frente de algum bolão por aí, certamente é um cara amargo e rabugento;
- Se você tentar fugir do Galvão, cai no Luciano do Valle;
- E fugindo do Casagrande, cai no Neto (ou no Edmundo, o que é ainda pior);
- O Robinho provavelmente servirá na Copa mais para o intervalo comercial do que para fazer gols (dizem por aí que ele está em 7 de cada 10 propagandas da Copa);
- Acabamos simpatizando com a seleção argentina, seja pelo Messi, seja pelo Maradona (e corinthianos em geral simpatizam com Tevez e Mascherano). Alguns simpatizam até mais com eles do que com a nossa própria seleção;
- A publicidade, mesmo assim, acha que colocar argentinos, ora abobalhados, ora pagando mico, serve para vender melhor. Colocam eles como os "vilões" do evento. E parece assim que a Copa só conta mesmo com esses dois times (o nosso contra o deles);
- Ninguém aguenta mais ouvir falar de vuvuzelas, jabulanis e outras palavras do continente africano (coisa que os locutores e comentaristas adoram);

O jeito é apelar para o humor; melhor ainda se ele não se preocupar em fazer muito sentido.


E para isso, ninguém é melhor que o Bruno Aleixo no momento (foto acima). O português, que já até apareceu no "Fala que eu te escuto" mandando abraço à todas as torcidas (menos a do Palmeiras) tem mais comando do que qualquer mediador de mesa-redonda; seu programa tem certamente convidados mais inteligentes (como o Busto, o Nelson ou o Homem do Bussaco) que os já citados Edmundo, Neto e Casagrande; e se todo mundo diz saber quem vai ganhar tudo, que nem concorrentes ao Oscar, para depois ficar se explicando porquê não acertou a previsão, melhor fala quem não fala mesmo coisa com coisa.

Aí abaixo o episódio dedicado ao Brasil na série de programas estilo mesa-redonda que eles fizeram, dedicando cada programa para analizar uma seleção (clique aqui para entrar na página oficial deles).



Outro genial da série é o dedicado ao time da Eslovênia (ou seria Eslováquia?), em que ele fala quais são os times do campeonato paulista que ele gosta; e o que ele não gosta.



Vídeos simples, com ótimo timing para as piadas, que sabe usar bem o potencial de canais como Youtube e são todos feitos em montagem, manipulando poucos elementos. A prova de que para bom humor basta um bom roteiro e sacadas inteligentes; coisa necessária em tempos desta Copa tão pouco emocionante.